sem fazer cenas, sem roubar a cena, sem
atropelar sequer um figurante. Pena
que nessas horas se improvisa, e que ninguém
respeita nada quando foge do roteiro.
Mesmo os maiores canastrões têm seu momento
de glória, de prima-donismo o mais rasteiro
e o mais justificável. Pois na vida há tempo
mesmo pras coisas mais ridículas, vexames
impensáveis, mas perfeitamente vivíveis,
derramamentos nem um pouco cabralinos
mas necessários. (Quem não gostar, que reclame
a se deus predileto — ex machina, inclusive —
um fim de comédia um pouco menos indigno.)
(Nenhum mistério, 2018)
Nenhum comentário:
Postar um comentário